Djamal Amrani é considerado um dos poetas da revolução da Argélia. Foi preso
e torturado durante a guerra pela independência. Fortemente ligado à política,
trabalhou, após a independência, na embaixada da Argélia em Cuba. De volta a
Argélia, cria diversos programas radiofônicos. Recentemente abandonou o campo
das manifestações políticas, recolhendo-se em seu domicílio em Argel.
[sem
título]
Tradução : Thiago Mattos
Eu me lavo
na maré baixa de todas
as cóleras
Tranquilo meu sono
se torna delírio
de lavouras
abrigo de todos os corações
multitude domesticada
Minha voz se despedaça
sobre a margem de nossos amores
arbustos
sobre o vitral
furtado só para você
O que procura esse outono
que tanto cedo veio
esse arvoredo de pedras precárias
na nossa moradia secreta
na nossa memória calcinada
A paragem que me liberta
e a fuga
que me emudece
[sans titre]
In. : AMRANI, Djamal. La nuit du dedans. Editions Marsa.
Je me lave
à
la décrue de toutes
les
colères
Paisible
mon sommeil
redevient
délire
de
labours
abri
de tous les coeurs
multitude
apprivoisée
Ma
voix se brise
sur
le rivage de nos amours
buissonnières
sur
la verrière
dérobée
à ta mesure
Que
cherche-t-il cet automne
trop
tôt venu
ce
taillis de pierres précaires
en
notre demeure secrète
en
notre mémoire calcinée
La
halte qui me délivre
et
la fugue
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