Brochu
nasceu em Saint-Eustache, em 1942. Poeta, romancista e ensaísta,
foi professor na Universidade de Montreal. Colabora (seja como
ensaísta, seja como poeta) em inúmeras revistas canadenses, sendo
inclusive um dos fundadores da Parti
pris.
Entrou para a Academia de Letras do Québec em 1996.
Estar
morto
Tradução:
Thiago Mattos
Quanto
esforço para não assumir a curva das coisas
Para
não se casar com a forma da sua sombra
A
angústia sua às portas da noite
O
vento carrega mudos
pássaros
Envoltos
em risos
E
a água se embala nos braços dos afogados
Quanto
esforço para não
Assumir
a curva do tempo
Quando
o astro diz meia-noite
E
o relógio é silêncio
E
a hora é prisioneira
Do
seu passar
Livre
captada
Face
da agonia
Face
espoliada
Quanto
esforço para não estar morto.
Être
mort
In:
Privilèges
de l'ombre,
1961
Quel
effort pour ne pas prendre la courbe des choses
Pour
ne pas épouser la forme de son ombre
L'angoisse
sue aux portes de la nuit
Le vent
charrie des oiseaux taciturnes
Mêlés de
rires
Et l'eau
berce aux bras de ses noyés
Quel effort
pour ne pas
Prendre la
courbe du temps
Quand
l'astre dit minuit
Et
l'horloge est silence
Et l'heure
est prisonnière
De son
déroulement
Libre
captée
Visage
d'agonie
Visage
spolié
Quel effort
pour ne pas être mort.
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