Christophe
Tarkos nasceu em Marseille, em 1963. Morreu em 2004, após uma longa
convalescença. Tarkos foi também autor de poemas sonoros, sendo performer e
improvisador. Seu trabalho filia-se a experimentações e questões iniciadas por
autores como Beckett, Charles Pennequin, Christian Prigent e Philippe Beck. Há uma outra tradução para o poema abaixo feita por Heitor Ferraz Mello (http://p.php.uol.com.br/tropico/html/textos/2542,2.shl).
Me mate me mate
Tradução:
Thiago Mattos
Me
mate me mate não me deixe definhar por nada não me deixe morrer sem que ninguém me
toque por mera flocalização não me deixe acabar por causa de nada eu não sou
nada eu mereço que você me mate que me apunhale pelas costas que me estrangule
que me assassine mas não morrer assim sem nada nas costas sem nada de nada sem
nada que me pare no meu ímpeto e minha força eu não quero parar por nada me
mate eu quero que você me mate que me assassine eu não tenho poder nenhum sobre
minha morte eu não quero morrer podre de velho eu sou daqueles para serem mortos eu sou um
ímpeto que não para que não vai parar se você não me matar no meu ímpeto meu
combate é digno de um assassinato eu sou um combatente me mate que eu possa me
defender e olhá-lo nos olhos e vê-lo você aquele que vai estar por cima da
situação eu me defenderei eu perderei eu serei morto por você que vai me matar pelas
suas razões porque eu sou um valente combatente no seu ímpeto excessivo me mate
no meu ímpeto eu tenho esperança de ser excessivo que seja preciso me levar
para baixo me matar me assassine pelas costas antes que nada nem ninguém me
mate antes de me ver morrer ressecado deixado sempre vivo para nada leve
minha vida que eu amo de homem valente não me deixe ressecar abandonado como se
a tal ponto eu não fosse nada que nenhum assassinato me assassine que ninguém
me estrangule que ninguém me apunhale durante minha combatente coragem eu
não quero que isso não seja nada eu serei morto eu morrerei sem razão eu
morrerei pelo vazio.
Tue-moi tue-moi
In: TARKOS, Christophe. Caisses.
Éd. P.O.L., 1998.
Tue-moi tue-moi ne me
laisse pas crever de rien ne me laisse pas mourir sans que personne ne me
touche par simple flocalisation ne me laisse pas finir à cause de rien je ne
suis pas rien je mérite que tu me tues que tu me poignardes dans le dos que tu
m'étrangles que tu m'assassines mais pas de mourir comme ça avec rien dans le
dos avec rien en plus avec rien qui m'arrête dans mon élan et ma force je ne
veux pas m'arrêter pour rien tue-moi je veux que tu me tues que tu m'assassines
je n'ai aucun pouvoir sur ma mort je ne veux pas mourir par mourrissement je
suis de la valeur à tuer je suis un élan qui ne s'arrête pas qui ne s'arrêtera
pas si tu ne me tues pas dans mon élan mon combat est digne d'un assassinat je
suis un combattant tue-moi que je puisse me défendre et te regarder dans les
yeux te voir toi le garçon qui va avoir le dessus je me défendrai je perdrai je
serai tué par toi qui vas me tuer pour ta raison parce que je suis un vaillant
combattant dans son élan en trop tue-moi dans mon élan j'ai l'espoir d'être en
trop qu'il faille me descendre me tuer assassine-moi dans le dos avant que rien
ni personne ne me tue avant de me voir mourir par dessèchement de laissé
toujours vivant pour rien enlève-moi ma vie que j'aime d'homme vaillant ne me
laisse pas me dessécher abandonné comme si j'étais rien à ce point qu'aucun
assassinat ne m'assassine qu'aucune personne ne m'étrangle qu'aucun garçon ne
me poignarde pendant ma combattante vaillance je ne veux pas que ce soit rien
je serai mort je mourrai sans raisons je mourrai par le vide.
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