Emmanuel
Hocquard nasceu em Cannes, em 1940. Poeta e tradutor, foi ainda o criador da
editora Orange Export Ldt. (fechada em 1986) e dirigiu o departamento de
literatura contemporânea do Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris. Também se
destaca pelos seus trabalhos de divulgação da poesia americana contemporânea na
França.
Elegia 5 (trecho)
Tradução: Thiago Mattos
Tradução: Thiago Mattos
I
Lá fora, nem chuva, nem vento. É
a noite,
e não é ainda a manhã se
aproximando.
Um tempo morto no começo do inverno: o tempo das provisões de bordo,
Um tempo morto no começo do inverno: o tempo das provisões de bordo,
a parte dos homens com a parte
dos ratos,
a parte das palavras;
o tempo sem amor em que o espírito atento
não tem mais nada do que se alimentar,
a não ser alguma coisa como
um ruído já distante e no entanto familiar
de folhagem balançando no antigo vento das noites
o tempo sem amor em que o espírito atento
não tem mais nada do que se alimentar,
a não ser alguma coisa como
um ruído já distante e no entanto familiar
de folhagem balançando no antigo vento das noites
de inverno.
Dezembro, descendo com muito cuidado
Dezembro, descendo com muito cuidado
esse caminho tão inclinado
escorregadio entre os muros por
causa das chuvas da véspera
e dos pequenos galhos.
Escavando em vão a penumbra dos
olhos
em busca de detalhes
complementares
suficientemente convincentes para
esclarecer a situação
sob um novo ângulo,
nada encontramos que já não conhecêssemos,
nem sequer o ouriço
que se arriscava atravessando a rua
Ou a grade do jardim que não rangia quando chovia,
o que não provava nada,
e nos levaria hoje a concluir que está tudo
sob um novo ângulo,
nada encontramos que já não conhecêssemos,
nem sequer o ouriço
que se arriscava atravessando a rua
Ou a grade do jardim que não rangia quando chovia,
o que não provava nada,
e nos levaria hoje a concluir que está tudo
em ordem; que o som das folhas
é o som das folhas; e o silêncio
uma feliz necessidade.
é o som das folhas; e o silêncio
uma feliz necessidade.
Elégie 5 (extrait)
Dehors, ni pluie, ni vent. C'est la nuit,
et ce n'est pas encore l'approche du matin.
Un temps mort au début de l'hiver : le temps des provisions de bord,
la part des hommes avec la part des rats,
la part des mots ;
Le temps sans amour où l'esprit en éveil
n'a plus rien à se mettre sous la dent
si ce n'est quelque chose comme
Un bruit déjà lointain et pourtant familier
De feuillages froissés dans l'ancien vent des nuits
d'hiver.
Décembre, en descendant avec beaucoup de précautions
ce chemin très en pente
Rendu glissant entre les murs par les pluies de la veille
et les petites branches.
Fouillant en vain la pénombre des yeux
à la recherche de détails complémentaires
suffisamment probants pour éclairer la situation
sous un angle nouveau,
Nous n'avons rien trouvé qui ne nous fût déjà connu,
pas même le hérisson
qui se risquait à traverser la rue
Ou que la grille du jardin ne grinçait pas quand il pleuvait,
ce qui ne prouvait alors déjà rien
Et nous inciterait aujourd'hui à conclure que l'affaire
est classée ; que le bruit des feuilles
est le bruit des feuilles ; et le silence
une nécessité heureuse.
Um comentário:
Oi eu acho que voce fas um trabalho muito daora nesse blog. meu irmao me falou que era legau e eu abri vendo que e mesmo maneiro e divertido.
Almilton
Postar um comentário